Reserva de valor: como as criptomoedas podem proteger o seu patrimônio

Em épocas de crise, é comum que o investidor ou a investidora deixe de lado a preocupação com rentabilidade para focar na segurança e ter a certeza de reaver seu dinheiro quando necessário. Esse efeito é ainda mais notável quando existe o risco de confiscos ou falência de instituições financeiras.

Dessa forma, uma reserva de valor é fundamental para atravessar períodos de incerteza. O ouro, por exemplo, é utilizado há milhares de anos para acumular riqueza, sendo utilizado até nos dias atuais. 

Quer entender o que é reserva de valor, e como o Bitcoin e as criptomoedas podem fazer parte desse mercado? Acompanhe com o Mercado Bitcoin (MB).

O que é reserva de valor?

A reserva de valor é um ativo que protege o investidor das variações do mercado. Em suma, sua principal característica é a manutenção do poder de compra no decorrer do tempo. Cabe ressaltar que podem existir oscilações na cotação, especialmente em períodos mais curtos, porém ao se analisar no longo prazo, esse efeito é normalizado.

O ouro é reserva de valor?

Sim, o ouro é usualmente descrito como a opção mais segura para armazenar valores, embora seja possível utilizar diamantes, relógios e itens colecionáveis. No entanto, o ouro valorizou apenas 19,6% entre março de 2013 e março de 2023. Em contrapartida, nesses 10 anos, a inflação nos EUA, medida pelo CPI, ficou em 29,6%.

Em resumo, quem apostou na segurança do ouro perdeu 10% no poder de compra. Para efeito de comparação, o índice imobiliário residencial nos EUA, Case Shiller, acumulou alta de 103% no período, superando a inflação em 73,4%.

Imóveis são reserva de valor?

Depende. Os imóveis podem atuar como reserva de valor caso não ofereçam risco à liquidez da carteira, evitando assim o risco de concentração. Imóveis de médio e alto luxo tendem a apresentar maior oscilação de preço em momentos de instabilidade, portanto devem ser evitados para esta finalidade.

Em resumo, é preferível que o investidor dilua o risco em diferentes imóveis ou opte por fundos imobiliários, classe de ativos que facilita, porém, não garante, uma diversificação no setor. Cabe ressaltar que períodos de crise e incertezas impactam negativamente a cotação dos fundos imobiliários.

O dólar é reserva de valor?

Depende. Embora alguns analistas recomendem o dólar como reserva de valor, esta moeda dificilmente mantém seu poder de compra ao longo de alguns anos. Essa desvalorização se dá pela inflação, o aumento do total de moedas em circulação.

Talvez, para o brasileiro, ou o cidadão de um país com moeda mais fraca, exista a percepção de que o dólar mantém seu poder de compra através dos anos, porém isso dificilmente é verdade.

Medindo pela inflação oficial dos EUA, o indicador CPI, o investidor que guardou 1.000 dólares nos últimos 5 anos perdeu 17,3% no período. Para manter o poder de compra, seriam necessários 1.208,20 dólares.

Ações de empresas são reserva de valor?

Não, pois mesmo as ações de empresas com alta capacidade de pagar dividendos, ou seja, distribuir lucros, sofrem em períodos de crises, altas repentinas de juros, guerras e incertezas. Isso independe da empresa contar com contratos longos, algo comum no setor de energia.

A impossibilidade de prever sua cotação é uma característica dos ativos de renda variável, mesmo nos casos de histórico de entregas e crescimento. 

Criptomoedas, como o Bitcoin, podem funcionar como reserva de valor?

Na teoria, qualquer ativo escasso pode desempenhar essa função, e o Bitcoin apresenta vantagens significativas em relação a outras opções. Embora ainda estejamos em uma fase inicial de adoção, há indicadores promissores apontando para a possibilidade de que o Bitcoin possa se tornar uma opção de reserva de valor resiliente a crises e externalidades. À medida que mais pessoas adotarem e confiarem nessas tecnologias, podemos esperar uma maior estabilidade e segurança nas transações e investimentos em criptomoedas.

Confira a performance de diferentes ativos entre setembro de 2022 e meados de março de 2023, um período marcado pela forte alta de juros pelo Banco Central dos EUA, demissões nas grandes empresas de tecnologia e piora no cenário econômico mundial.

Repare como o Bitcoin (linha laranja) efetivamente apresentou maior variação na cotação, liderando o resultado com ganhos de 22% no período. O ouro apresentou alta de 12,6%, enquanto as ações norte-americanas medidas pelo S&P500 terminaram estáveis. Por último, tivemos o índice de fundos imobiliários da bolsa brasileira, em queda de 8,5%. Vale ressaltar que todos os valores foram calculados em dólar.

Se você quiser saber mais sobre a viabilidade do Bitcoin a longo prazo, confira o nosso podcast:

Como as criptomoedas funcionam como reserva de valor?

São quatro as características básicas para formar uma reserva de valor, além de ser necessário alguns anos, eventualmente décadas, para comprovar a tese e avançar na democratização de seu uso.

Previsibilidade

Mais importante que a escassez, a baixa produção anual, é a previsibilidade da oferta e do total em circulação. A prata é um bom exemplo, pois sua oferta aumenta entre 4% e 6% a cada ano, e ainda assim o valor total de mercado circulante é de 1,23 trilhões de dólares, tornando-se um dos 5 ativos mais valiosos do mundo. A regra de emissão decrescente de Bitcoins (halving) está inalterada desde seu lançamento em 2009.

Liquidez

O valor dos imóveis pode até manter seu poder de compra ao longo de algumas décadas, porém esse montante dificilmente consegue ser convertido em dinheiro em um curto espaço de tempo. A rentabilidade não é uma característica fundamental da reserva de valor, pois esta pode ser severamente impactada em períodos de crise. Nesse aspecto, a maioria das grandes criptomoedas possui liquidez imediata em diferentes moedas, facilitando seu uso como reserva de valor.

Fungibilidade

Uma obra de arte pode manter seu valor por muitos anos, porém é um item único, que não pode ser dividido sem perda de valor. Dessa forma, podemos afirmar que falta a fungibilidade para este ativo se tornar uma reserva de valor. Esse problema é facilmente resolvido com as criptomoedas, que podem ser divididas em pequenas quantias sem qualquer problema.

Portabilidade

O petróleo e o azeite apresentam alta fungibilidade, liquidez, e previsibilidade na oferta, porém sua portabilidade é muito ruim. Transportar galões e mais galões do material para eventuais acertos financeiros ou trocas por dinheiro é pouco prático. 

Mais uma vez, as criptomoedas saem na frente, inclusive do ouro, facilitando movimentações globais com elevado nível de segurança em poucos minutos.

Desafios das criptomoedas como reserva de valor

Atualmente, em março de 2023, podemos dizer que o Bitcoin e outras criptomoedas estão em uma fase de desenvolvimento e, apesar de existirem argumentos mensuráveis que apontam para sua eficácia como reserva de valor, o fator mais importante é o estágio inicial de adoção pelo setor. Embora ainda haja desafios a serem enfrentados, tanto no uso como reserva de valor quanto em transações diárias, há um grande potencial para o crescimento e evolução dessas tecnologias. Vejamos abaixo alguns desses desafios que precisam ser superados para o fortalecimento das criptomoedas:

Volatilidade

O valor de mercado das criptomoedas apresentou queda de 65% em meados de 2022, seguida de uma valorização de 44% no início de 2023. Independente do resultado em 4 anos estar positivo em 610%, a forte variação semanal nas cotações é suficiente para afugentar investidores que buscam uma volatilidade menor.

Fortalecimento da regulamentação

O marco regulatório do setor, conhecido como “Lei do Bitcoin”, aprovado no final de 2022, trouxe avanços significativos para evitar fraudes e intermediários sem o devido controle. Ainda assim, medidas adicionais para proteção ao consumidor e incentivos à inovação poderiam ajudar na confiança de pessoas e empresas para adotar as criptomoedas como Reserva de Valor.

Renda fixa ou criptomoedas: qual a melhor reserva de valor?

Considerando o efeito da perda de poder de compra das moedas fiduciárias, aquelas emitidas por governos, podemos entender as aplicações em Renda Fixa como uma reserva de valor. Vamos analisar algumas comparações.

Tesouro Direto ou criptomoedas?

Em se tratando de Tesouro Direto, deve-se atentar ao prazo de vencimento do título  porque, mesmo uma aplicação no Tesouro Direto, pode apresentar prejuízo caso seja solicitado o resgate antecipado.

Outro ponto a ser considerado é que o preço de venda dependerá das condições de mercado naquele momento, portanto o investidor deve evitar concentrar a carteira em títulos com vencimento muito longo comprometendo a rentabilidade por conta da liquidez.

Considerando que o Tesouro Direto tem uma rentabilidade previsível — caso seja sacado de acordo com o vencimento —, ele apresenta um menor risco, porém seu potencial de ganho é expressivamente menor, quando comparado às criptomoedas.

Fundos de renda fixa ou criptomoedas?

Se o investidor não tem perfil para arriscar com as oscilações do mercado cripto no curto e médio prazo, a Renda Fixa possui melhores características com Reserva de Valor. Entretanto, o investidor de longo prazo obteve maior êxito ao se posicionar em Bitcoin nos últimos 4 anos.

Em suma, o histórico, no momento, está mais favorável para as criptomoedas. De qualquer modo, cada oferta de Renda Fixa deve ser analisada individualmente antes de decidir qual a melhor Reserva de Valor.

O que é Renda Fixa Digital?

Renda Fixa Digital é o investimento com previsibilidade de retorno, porém representado em forma de ativo digital (token). Esse produto possui algumas características que os diferenciam do mercado tradicional.

Essas cotas podem ser facilmente fracionadas em pequenas quantias e livremente negociadas no mercado secundário tornando o investimento mais acessível e conversível em dinheiro com maior facilidade.

Uma grande vantagem para o investidor da Renda Fixa Digital é a isenção no ganho de capital na venda de até R$ 35 mil mensais para pessoas físicas. Conheça agora alguns dos produtos de Renda Fixa Digital oferecidos no MB.

O futuro das criptomoedas como reserva de valor

Veja o porquê o Bitcoin e as criptomoedas podem ser uma boa opção de diversificação, a alocação de risco em ativos com diferentes fatores de alta ou baixa.

Administração das políticas monetárias

No sistema financeiro tradicional, os emissores são livres para colocar mais ativos em circulação. O famoso “imprimir dinheiro”. Isso vale tanto para as moedas emitidas por governos, quanto títulos de dívida e até mesmo para as ações de empresas.

Nas criptomoedas estas regras de emissão são determinadas pelo consenso, a própria comunidade que mantêm o software sem possibilidade de alterações por um pequeno grupo controlador.

Independência de bancos e governos

As criptomoedas não dependem de governos, Bancos Centrais ou empresas. Seu funcionamento é totalmente descentralizado entre os participantes da rede, responsáveis por validar transações e armazenar o histórico de transações no blockchain. Por ser matematicamente impossível censurar ou reverter transações, as criptomoedas avançam rapidamente como uma reserva de valor alternativa.

Uso como meio de pagamento

A economia circular, ou seja, a possibilidade de gastar suas moedas no dia-a-dia, seja em transações de remessa ou troca por produtos e serviços, facilita muito a adoção das criptomoedas.

Embora inicial, sanções econômicas e restrições de determinados nichos, como as fintechs e instituições financeiras, podem ampliar rapidamente o uso das criptomoedas como meio de pagamento.

Por consequência, esse crescimento facilita a adoção como reserva de valor.

Criptomoedas promissoras além do Bitcoin

Para buscar as criptomoedas promissoras, a nossa equipe de analistas selecionou os projetos de maior potencial, porém sem abdicar da segurança em termos de tecnologia, equipe e ecossistema, com destaque para os setores de:

• Finanças descentralizadas (DeFi), as aplicações financeiras envolvendo moedas virtuais, incluindo empréstimo, troca e contratos derivativos.

• Tokens colecionáveis (NFT), itens digitais com registro no blockchain. Uma indústria que envolve o mercado do metaverso, jogos, identidade digital, logística, e muito mais.

• Escalabilidade e segunda camada: soluções de aumento de capacidade de transação usando blockchain, incluindo foco na privacidade e processamento em rede paralela.

Confira agora a lista completa das 10 moedas promissoras para 2023.

O Mercado Bitcoin é seguro para comprar criptomoedas?

Sim, o MB é uma das únicas exchanges no mundo sem histórico de perdas de valores de clientes, em atuação ininterrupta desde 2013. Além da liderança no volume negociado em Reais R$, respeitamos todas as normas locais de operação, internalizando processos para evitar vazamento de dados.

O Mercado Bitcoin é seguro para comprar criptomoedas e, além do Bitcoin, você encontra mais de 200 ativos digitais, incluindo a Renda Fixa Digital do MB, ideal para quem busca a previsibilidade dos investimentos tradicionais, porém com a transparência e segurança do blockchain.

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