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Alan M. da Silva Alan M. da Silva
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Desta vez, irei falar sobre outro assunto que me despertou curiosidade desde a primeira vez que ouvi falar sobre ele: oráculos! Então, sem mais delongas, vamos direto ao ponto!

Mas como assim oráculos nas blockchains?

Sim,  é isso mesmo que você leu. Existem oráculos nas blockchains… e o nome é extremamente apto! Na Grécia antiga, os oráculos eram considerados canais por meio dos quais os deuses se dirigiam diretamente ao povo. A mais famosa era a Pítia, sacerdotisa do templo de Apolo, em Delfos. Era comum o povo buscar os oráculos para obter o conhecimento dos deuses e, depois, replicar para as demais pessoas – e, de forma similar, é esse o papel de um oráculo na blockchain: ele traz informações do mundo real/off-chain (“fora das blockchains”)  para dentro das blockchains.

E por que isso é importante?

A possibilidade da informação transitar de fora da blockchain para dentro e vice-versa abre uma gama de possibilidades. Em seu design, uma blockchain não se comunica com fontes de dados externas, apenas com aqueles armazenados na chain. Com os oráculos, essa ponte é realizada e se torna possível conectar quase tudo on-chain: sensores, bancos de dados, resultados esportivos, informações financeiras em tempo real, etc. Para os usuários de Web3, os oráculos alimentam boa parte das dapps (“aplicações descentralizadas”) e das exchanges descentralizadas e podem fornecer inúmeras informações da Web2. 

Podemos até dizer que os oráculos são as APIs das blockchains com o mundo real, mas eles vão além disso. Devido à sua natureza determinística, algo feito em um nó da blockchain deve gerar o mesmo resultado nos demais, o que dificulta a geração de números realmente aleatórios (afinal, se jogarmos a moeda para cima e sempre dar cara, não podemos considerar que essa jogada de moeda é aleatória). Os oráculos obtêm essa aleatoriedade fora da blockchain e trazem o valor de uma forma verificável para dentro.

Opa, problema resolvido então!

Muita calma nessa hora! Temos a ponte, mas temos que levar em consideração vários aspectos. A fonte pode vir de diversos lugares: uma pessoa, uma API, um sensor… então, precisamos garantir que a fonte seja confiável. Além disso, embora eu possa esperar a informação do satélite sobre o quanto que choveu no último dia para calcular se o cliente tem direito ao seguro contra secas, os contratos utilizados em cenários de DeFi normalmente precisam de atualizações em tempo real. Eu poderia dizer que ter uma rede de oráculos descentralizada resolve o meu problema de confiabilidade da informação, porém, se formos pensar no cenário em que a informação vem de um satélite, o custo de se ter uma rede de satélites disponíveis para fornecer a informação de forma descentralizada deixaria o custo da operação insustentável, logo, temos casos em que, hoje, faz-se necessário confiar em uma única fonte centralizada de informação.

Tipos de oráculos

Como vimos anteriormente, podemos ter cenários que exigem tipos diferentes de oráculos. Eles normalmente são divididos em três categorias.

Origem

A origem dos dados é a categoria mais diversa, pois a informação pode vir de diversos lugares:

  • Software: um programa de computador possui a informação necessária. Ex.: obter os anos em que o Brasil foi campeão na Copa do Mundo.
  • Hardware: a informação vem de algum dispositivo de hardware – sensores, códigos de barras, celulares, tags de radiofrequência, etc. Ex.: um beacon de microlocalização bluetooth poderia enviar a informação para a blockchain toda vez que um cliente visitasse um determinado local da loja.
  • Humana: existem informações que são providas por indivíduos com conhecimento altamente especializado ou que, dada a natureza da informação, exigem um ser humano para processar o questionamento. Ex.: um analista esportivo poderia enviar sua previsão de resultado dos jogos da rodada.
  • Computacional: similar à de software, porém, nesse caso, a informação não está pronta e precisa ser computada. Isso pode ser extremamente conveniente para economizar o custo de processamento na própria blockchain. Ex.: um processador de linguagem natural poderia processar um texto e analisar a probabilidade de uma pessoa específica ter dito ele.

Direção da informação

Dependendo da direção em que a informação será transitada, os oráculos podem ser classificados como:

  • Inbound: aqueles que trazem dados de fora da blockchain para dentro dela. Ex.: um oráculo que coleta a precipitação diária em diversos pontos da cidade e envia para a blockchain.
  • Outbound: aqueles que enviam informações para fora da blockchain. Ex.: você transferiu o pagamento referente à compra do seu novo carro em ETH e o contrato envia a informação para a concessionária indicando que o carro já pode ser preparado para a entrega.

Nada impede que um determinado oráculo possa ser tanto inbound quanto outbound.

Centralização

Esta é bem tranquila de classificarmos:

  • Centralizada: nesse caso, a informação vem de um único local, o que traz riscos, por introduzir um ponto único de falha, mas, como citamos acima, o custo pode ser um fator quando se opta por essa abordagem. Ex.: dados coletados de satélite.
  • Descentralizada: esse é o modelo que depende do consenso alcançado pela informação obtida por diversas fontes. Ex.: cotação do Bitcoin coletada de diversas exchanges ao redor do globo.

Alguns casos de uso

DeFi

O segmento de finanças descentralizadas foi provavelmente o primeiro a brilhar com o auxílio dos oráculos. Cotações de ativos, commodities, análise de risco, agregadores de preços e tudo o mais que você possa imaginar do mercado financeiro tradicional alimentando diversos sistemas de DeFi. Alguns dos sistemas que fazem uso de oráculos são:

  • AAVE – plataforma de empréstimos
  • Compound – plataforma de empréstimos
  • Sushi Swap – exchange descentralizada
  • Synthetix – plataforma que provê negociações baseadas em ativos sintéticos de ações, commodities e moedas fiduciárias

A propósito, todas essas plataformas possuem um token nativo disponível no MB para negociação.

Seguros

Aqui, começamos a explorar horizontes não muito conhecidos. Já pensou em fazer um seguro caso o seu voo atrase e você perca uma reunião importante ou a conexão para a sua viagem de férias? Ou você, como pequeno produtor rural, ter um seguro caso não chova o suficiente para garantir a sua safra? Pois bem, basta conectar o oráculo ao sistema do aeroporto ou combinar a informação coletada de satélites e sensores e você já tem essas informações na blockchain, dando muito mais agilidade e transparência às seguradoras. E, sim, essas iniciativas já estão sendo exploradas ao redor do mundo.

Esportes

Imagine que seu ingresso para o estádio seja um NFT. À medida que os gols forem feitos, o placar no NFT é atualizado e, após a partida, ao escanear o código do ativo, você visualiza os melhores lances da partida.

Ou talvez você seja fã de NBA e goste de montar seu time dos sonhos para competir em uma liga com os seus amigos. Toda vez que os jogadores do seu dream team fizerem uma jogada relevante (uma assistência, uma cesta, um toco), seu time acumula pontos e o seu NFT pode ser atualizado com as estatísticas do seu time e a classificação dele na sua liga.

E, se isso tudo ainda parecer muito sofisticado, você pode simplesmente ter um smart contract com seu amigo determinando que, na próxima vez que o time de um ganhar do outro com 3 ou mais gols de diferença, automaticamente o perdedor paga um chocolate para o vencedor.

Jogos

O universo de jogos em blockchains ainda é bem incipiente, mas já podemos vislumbrar algumas possibilidades.

Um dos grandes atrativos no segmento é o jogador ser verdadeiramente dono daquilo que ele conquista jogando. Considere um jogo em que o jogador acabou de fazer um upgrade de um item raro. O oráculo recebe esse upgrade, informa à blockchain que atualiza o NFT do item e, na sequência, o oráculo já atualiza o preço do item para venda no marketplace do jogo.

Outra aplicação é um jogo em que você desenvolve sua besta de batalha caminhando por aí. O “pedômetro” do celular coleta os passos necessários e o jogo informa ao oráculo quando é a hora de evoluir seu avatar. Adicionalmente, o avatar pode ter alguma sintonia com os elementos e, para seguir o próximo passo da evolução, talvez seja necessário andar em uma temperatura superior a 37ºC ou, da próxima vez que fizer chuva com tempestade por três dias seguidos no jogo, após cem mil passos, ela evolui.

Principais oráculos

O setor de oráculos, como era de se esperar, possui seus próprios tokens. Temos um pouco mais de vinte protocolos de oráculos, entretanto, existe um que ocupa, na atualidade, a posição inquestionável de rei dos oráculos – o Chainlink (LINK), que possui mais de 85% do market share do setor. Quando se pensa em um oráculo, não importa a blockchain, o Chainlink está presente. Menções honrosas para o segundo e terceiro lugar no ranking – BAND Protocol e API3, respectivamente, que, juntos com Chainlink, compõem 95% do market share. E, claro, nem preciso mencionar que você pode encontrar os tokens dos três protocolos para negociar na plataforma do MB.

Considerações finais

Com o seu potencial praticamente infinito de conectar o mundo real e a Web 2.0 com a Web3, a jornada dos oráculos está apenas começando. Novas aplicações, novas formas de conectar, metaverso batendo na nossa porta… existem até iniciativas cujo foco é criar plataformas que não façam uso de oráculos. Serão elas o futuro e os oráculos estão fadados a ser um breve capítulo na história da Web3? Acredito que, embora novos nichos possam surgir, os oráculos vieram pra ficar – e só vimos o começo do que estar por vir! 

Até a próxima e, caso queira discutir sobre o assunto ou sobre demais assuntos do universo cripto, sinta-se à vontade para se juntar à nossa comunidade no Discord!

Alan M. da Silva
Criptoentusiasta, cientista da computação em uma outra encarnação, Proud Product Manager, wannabe hiperglota, sósia do Hagrid, rubro-negro de batismo (literalmente) e hardcore nerd/geek/otaku nas horas vagas.

https://www.mercadobitcoin.com.br/economia-digital/coluna/desvendando-o-papel-dos-oraculos-nas-blockchains/
Destaques Autor
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Alan M. da Silva

Saudações e sejam novamente bem-vindos à minha coluna no blog do MB! Para os que estão chegando aqui pela primeira vez, vocês vão encontrar de tudo um pouco sobre uma variedade de assuntos do universo cripto: de conceitos de blockchains, curiosidades sobre protocolos específicos até o que a Web3 e o metaverso nos reserva. E, se eu fizer o meu trabalho direito, em uma abordagem mais amigável, espero sanar as suas (e as minhas!) curiosidades sobre o universo cripto! LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/alanmdasilva/

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